Cianobacterias_Microcistinas

Microbiologia Novas Tecnologias

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As cianobactérias, anteriormente designadas por algas azuis, são um grupo primitivo de seres vivos, cujos componentes possuem uma estrutura celular procariota, como as bactérias. São organismos microscópicos fotoautotróficos, pertencentes ao fitoplâncton de águas doces, unicelulares, embora possam formar colónias filamentosas, tornando-se perceptíveis à "vista desarmada". Típicas de ecossistemas eutrofizados, as cianobactérias ocorrem especialmente em águas com velocidade de corrente pequena ou nula, como é o caso de lagoas e albufeiras. No entanto, podem também ocorrer em águas correntes, desde que existam locais de águas mais paradas. Podem desenvolver-se em grandes densidades, provocando as florescências, mais comumente conhecidas por blooms.
O efeito mais grave resultante do desenvolvimento de blooms de cianobactérias é a produção de toxinas. Aquando da morte das células por processos naturais, estas substâncias tóxicas são libertadas, e os seus efeitos podem ser dramáticos.
De acordo com estes efeitos, as toxinas podem ser classificadas em três categorias: neurotóxicas, hepatotóxicas e irritantes ao contacto. As neurotoxinas actuam ao nível da transmissão dos impulsos nervosos, e podem provocar a morte por paragem respiratória, devido à paralisia muscular. As hepatotoxinas são responsáveis por lesões ao nível do fígado, podendo mesmo conduzir à morte por hemorragia intra-hepática e choque hipovolémico. Em doses não letais, estas toxinas têm sido relacionadas com o desenvolvimento de tumores, pois atribuem-se-lhes efeitos carcinogénicos. As toxinas que provocam irritação ao nível cutâneo, embora menos letais que as neuro e as hepatotóxicas, são igualmente compostos bioactivos podendo ser agentes causadores de lesões celulares.
Actualmente existem diferentes métodos para a detecção destas toxinas; Estes métodos incluem cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), bioensaios em pequenos animais e ensaios de inibição enzimática (ELISA).