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A água é um agente transmissor de doenças e por conseguinte, a sua qualidade é de importância vital para a sociedade. Este recurso valioso está em risco de se perder quando o homem sobrecarrega um sistema de purificação natural com as suas descargas. Uma grande variedade de vírus entéricos pode ser encontrada em águas residuais (norovirus, enterovirus, adenovirus, vírus da Hepatite A e E, astrovirus e rotavirus, entre outros). Os vírus entéricos são libertados em elevados números, com os doentes com diarreia ou hepatite podendo excretar até 10   e 10    virus por grama de fezes. Os actuais tratamentos aplicados a águas residuais não garantem a remoção completa destes agentes devido à sua elevada resistência a tratamentos, pelo que são libertados nas águas ambientais em números suficientemente elevados representando um risco para a saúde pública.
A insuficiente qualidade da água continua a constituir um grave problema de saúde pública. Milhões de casos de gastroenterite são reportados anualmente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que 1.8 milhões de pessoas morrem todos os anos devido a problemas de diarreia. Estes problemas são atribuídos em larga escala (estimativa 88%) a água imprópria nas redes de distribuição, saneamento e higiene, sendo muito mais problemático em crianças de países em subdesenvolvimento. Os vírus entéricos são uma das maiores causas de doenças relacionadas com ingestão ou contacto com águas contaminadas. 
Apesar de nenhuma legislação referir a pesquisa de Enterovirus, a sua pesquisa nos meios receptores, águas de recreio e de consumo é de extrema importância devido às elevadas concentrações em que se encontram nas descargas provenientes das estações de tratamento de águas residuais. Os Enterovirus estão actualmente distribuídos em diversos grupos. Os Poliovirus embora erradicados nos países desenvolvidos, são ainda um grande flagelo em países subdesenvolvidos, com diversos casos de poliomielite ainda reportados anualmente. Artefactos recuperados do antigo Egipto, descrevem jovens adultos e crianças saudáveis com as suas extremidades inferiores 'emagrecidas' ou dependendo de bengalas para andar, indiciando que a doença que assolou os egípcios à quatrocentos anos atrás é a mesma que Michael Underwood descreveu clinicamente como 'debilidade das extremidades inferiores' em 1789.
Numerosos estudos comprovam que as estirpes de Enterovirus presentes no ambiente e as doenças nas populações estão relacionadas e que estas variam ao longo do tempo e em função da região estudada, pelo que é extremamente interessante conhecer a distribuição dos Enterovirus que se encontram nas águas residuais e nas águas balneares de uma determinada região. A identificação dos Enterovirus ambientais pode auxiliar o estudo das relações entre os isolamentos clínicos e os isolamentos das águas balneares e residuais da zona em estudo.

Enterovirus

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